Eles só pensam naquilo

Ganância
Parte do dinheiro nas contas congeladas do ditador Muamar Kadafi está sendo usada para fechar contratos justamente com os governos que lideraram a ofensiva da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Começou a farra
Convocada pela França, a reunião deverá formalizar a liberação de quase US$ 5 bilhões em ativos de Kadafi, os quais agora serão destinados à "reconstrução" da Líbia. A União Europeia deverá ainda revogar as sanções unilaterais contra portos e companhias petrolíferas líbias. Um calendário para o estabelecimento da democracia em Trípoli deverá ainda ser divulgado. O encontro foi organizado por europeus, sob críticas do Brasil, China e Rússia. Os emergentes defendem que o tema seja tratado no âmbito da ONU.

Diplomatas brasileiros disseram que um dos pontos centrais dessa reconstrução será a liberação da fortuna de Kadafi. China e Rússia não escondem a irritação com a cúpula convocada pelos europeus. Mas os emissários de Brasília, Pequim e Moscou admitem que um de seus objetivos na reunião é garantir que os contratos da era Kadafi sejam mantidos.
Líderes como o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o premiê britânico, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, querem transformar a cúpula no "nascimento internacional" da Líbia pós-Kadafi.
Eldorado
A França anunciou que mantinha bloqueados US$ 7,5 bilhões em seus bancos e pediu que a ONU já liberasse US$ 1,5 bilhão. A Grã-Bretanha já tinha feito isso dois dias atrás - um voo com o equivalente a US$ 211 milhões partiu para a Líbia - e a Itália anunciou ontem a liberação de mais US$ 500 milhões. Esse dinheiro está beneficiando justamente os países que haviam promovido resoluções na ONU pedindo que a fortuna fosse descongelada - europeus alguns países árabes e os EUA.
Nesta semana, por exemplo, rebeldes líbios usaram US$ 44 milhões de Kadafi para comprar trigo de produtores franceses. O pacto fechado com Paris prevê que alimentos e gêneros de primeira necessidade sejam comprados de empresas francesas. A França também emplacou a venda de escolas pré-fabricadas. O ponto mais sensível, porém, continua a ser a indústria do petróleo.
Franceses começam a encher os bolsos
No regime de Kadafi, 35 empresas estrangeiras operavam no país. Em abril, o CNT havia prometido a Sarkozy que um terço dos contratos de petróleo ficaria com empresas francesas. A esperança de Paris é que a França seja "recompensada" por ter liderado os ataques da Otan.
Empresários da Total, Alstom e outras empresas francesas vão desembarcar em Trípoli para debater com a nova administração contratos para ajudar na reconstrução da Líbia. Em julho, executivos da Total já tinham visitado Benghazi e, com o apoio do governo em Paris, fecharam contatos com rebeldes.
O Estado apurou que os novos "ministros" líbios voltarão a Paris no dia 6 para uma reunião com empresários. Por: Jamil Chade

Opinião do Mau: A redescoberta da Líbia por todas as grandes potências nos faz refletir sobre o interesse exagerado do ser humano, pelo poder, dinheiro e o tão cobiçado status de grandeza entre elas (potências mundiais).

Sempre assim as maiores potências aproveitam da catástrofe alheia para se beneficiarem da melhor forma possível, para isto se vestem de lebre e se coroam de santo “Digo dolares”.
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